Quanto pensamos em menopausa, associamos sempre a uma idade mais avançada. Porém, nem sempre as coisas seguem por esse caminho. A menopausa precoce, também conhecida como falência ovariana prematura, é uma condição que afeta a saúde reprodutiva da mulher e desperta muitas dúvidas e preocupações.
É importante saber o que significa esse fenômeno, como ele se diferencia da menopausa comum, e as implicações que tem para a vida da mulher. E é exatamente isso que a Isha te explica hoje.
O que é a menopausa precoce
A menopausa é definida como o fim dos ciclos menstruais de uma mulher, ocorrendo geralmente por volta dos 45 a 55 anos.
Só que em alguns casos esse fenômeno ocorre antes dos 40 anos. Quando acontece, essa condição é classificada como menopausa precoce. Durante esse processo, há uma diminuição significativa na produção de hormônios como o estrogênio e a progesterona, o que é frequentemente refletido nos níveis elevados de hormônio folículo-estimulante (FSH).

Existe mesmo uma menopausa precoce?
Sim, a menopausa precoce é um fenômeno clínico bem reconhecido e documentado.
Cerca de 1% das mulheres são afetadas por essa condição. A menopausa precoce não apenas afeta a capacidade reprodutiva, mas também tem implicações significativas para a saúde óssea, cardiovascular e psicológica das mulheres. Por isso é tão importante procurar ajuda e estar atenta aos sintomas.
Causas
Várias causas podem adiantar a menopausa.
Alguns fatores genéticos podem predispor as mulheres a essa condição, sugerindo um componente hereditário. Além disso, outras causas incluem:
- Doenças autoimunes,
- tratamentos como quimioterapia e radioterapia,
- condições específicas como endometriose e cirurgias ginecológicas.
E o anticoncepcional?
Não há evidências conclusivas que liguem o uso de anticoncepcionais à indução da menopausa precoce.
Na verdade, em alguns casos, os anticoncepcionais podem ajudar a gerenciar os sintomas e regular os ciclos em mulheres com falência ovariana prematura.
Relação com endometriose
A endometriose, uma condição na qual o tecido semelhante ao revestimento do útero cresce fora dele, pode influenciar o início da menopausa precoce e vice-versa.
Ela pode afetar a função ovariana por vários mecanismos. Alguns deles são inflamações, formação de cicatrizes e aderências que podem distorcer a anatomia pélvica e interferir com a ovulação normal.
Tudo isso pode levar à redução da reserva ovariana e, consequentemente, à menopausa precoce.
Além disso, a própria gestão cirúrgica da endometriose severa muitas vezes envolve a remoção dos ovários, o que precipita diretamente uma menopausa induzida cirurgicamente.
Portanto, enquanto a endometriose não é a única causa da menopausa precoce, ela é um fator de risco significativo que contribui para essa condição em algumas mulheres.

Consequências
Os sintomas da menopausa precoce são semelhantes aos da menopausa típica, incluindo:
- fogachos,
- irregularidades menstruais,
- secura vaginal
- alterações de humor.
Mudanças no metabolismo também podem ocorrer, o que pode levar a um aumento de peso em algumas mulheres. Além disso, há uma preocupação significativa sobre a capacidade de engravidar.
É possível engravidar mesmo com menopausa precoce?
Embora a menopausa precoce diminua as chances de gravidez natural, técnicas de reprodução assistida, como a fertilização in vitro (FIV), podem oferecer esperança. Só que é crucial entender os limites e riscos associados a essas técnicas.
Quanto tempo dura
A duração dos sintomas da menopausa precoce pode variar, mas geralmente se estende até a idade média em que a menopausa naturalmente ocorreria. O manejo dos sintomas pode ser realizado através de terapias de reposição hormonal, suplementos alimentares e mudanças no estilo de vida.

Tratamentos e possibilidades de intervenção
Não há como “reverter” a menopausa precoce, mas há várias estratégias para cuidar dos sintomas e preservar a qualidade de vida. A reposição hormonal é comumente utilizada, com suplementos e terapias comportamentais. É crucial manter um estilo de vida saudável, com uma dieta equilibrada e exercícios regulares, para gerenciar os sintomas.
Conclusão
Embora a menopausa precoce possa ser desafiadora, é importante que as mulheres que enfrentam essa condição busquem orientação especializada para gerenciar os sintomas e manter sua saúde. Encorajamos todas a procurar suporte médico e psicológico para navegar essa fase com mais confiança e conhecimento.